PAPO RETO 2º TEMPORADA
PAPO RETO COM TIAGO LINCK - Deixa o povo se emocionar, sua filha voltou minha mãe
PORTELA 2019
ENREDO:”NA MADUREIRA MODERNÍSSIMA, HEI SEMPRE DE OUVIR
CANTAR UM SABIÁ”
No Carnaval 2019 a Portela vai fazer
uma homenagem a cantora Clara Nunes e aqui não será apenas seguir uma linha
cronológica. Portela vai sair das narrativas que nesse tipo de enredo seguem
sempre a mesma linha, contar a discografia em alas e toda sua trajetória
musical. Portela quer fazer essa sabiá cantar, resgatando a importância
cultural de Madureira, enfatizando nas festas e toda sua diversidade, a
contribuição que o bairro teve para expressar e formar em Clara Nunes, a
brasilidade, esta que era traduzida pela personalidade e expressão corporal,
traços cintilantes de Clara Nunes.
1924, aqui no primeiro Carnaval da Portela,
pelas mãos do cenógrafo, José Costa que reproduziu na sua tela, a Torre Eiffel
em sua visita ao bairro com alguns amigos.Madureira tinha uns traços modernos,
e Clara Nunes mais ainda, era como se fosse uma obra modernista que permitia
ser comparada a tela de Tarsila do Amaral, a mestiça, incorporando traços de
pura brasilidade. Mais aqui apenas não ficou nisso, José mostrou aos seus
amigos que as festas nos subúrbios incorporavam os mais diversos elementos
culturais. Clara e Madureira eram feitas um para o outro.

Voou alto para se expandir e foi
ganhando espaços nos meios de comunicação e assim conseguiu seu sucesso que
permitiu conhecer o misticismo que estava em Madureira.
De inicio Clara cantava
principalmente sambas-canção e boleros, mas ao entrar em contato com o
ancestral afro-brasileiro em Madureira, Clara se transformou assim como o céu muda ao entardecer, permito
aqui afirmar que era algo lindo de se ver. Ela nunca mais foi a mesma e nem
poderia ser, sua transformação era linda, visitar os terreiros em Madureira,
vestiu seu manto, incorporou acessórios , cantou samba e pontos de macumba, mas
sua evocação ao orixás, traduziam um momento ímpar para os Santos, memória essa
que fica eternizada na cabeça dos seus fãs.
Nada foi por acaso, seu canto se
expandiu, ela cruzou céus, mares, com seu jeito de dançar descalças e feliz,
cruzando as matas, destemendo os quebrantos, a Guerreira que uniu a essência
negra ao subúrbio carioca.
Portela desde que foi fundada sempre
manteve elementos típicos do mundo rural, mesclando junto com a negritude que
vibrava em Madureira, por isso a identificação imediata com a Portela. Sempre
ocupando posições de destaques nos desfiles, Clara era madrinha da Velha Guarda
e até sambas-enredos puxou na avenida, portelenses famosos e anônimos
caminhavam de mãos entrelaçadas, sempre voando junto com a Majestosa Águia.
Partiu um dia sem ninguém esperar, a dor da saudade faz esta Guerreira
lá no céu, uma estrela cintilante.Uma voz que se eternizou nos corações dos
seus fãs e admiradores e olha que eram tantos.
Sabiá, Portela nunca te esqueceu, e
você nunca esqueceu Portela, hoje você volta para os braços de sua amada Águia
e de sua Madureira para ser recebida de braços abertos. Após essa homenagem,
voe para lá de cima emanar toda sua energia a Madureira. Se trovejar em
Madureira, Eparrey Oyá Oyá, se Clarear, deixa clarear porque vai Clarear
Eparrey Oyá.
Me fez chorar....essa sabiá vai cantar com a aguia em 2019...
ResponderExcluirUm canto feliz...de reencontro.
Um reencontro de pouco mais de uma hora...mas um reencontro feliz.